Procura por crédito sofre oscilações em ano

Conforme dados do Serasa, enquanto consumidores procuram mais por crédito, empresas têm queda de interesse

Autor: Flávia VianaFonte: A Autora

O ano de 2020 tem sido completamente atípico em vários sentidos. Devido à pandemia de Covid-19, o Brasil tem atravessado uma revolução em seu sistema econômico, de forma a oferecer soluções capazes de minimizar os impactos da infecção do vírus SARS-coV-2.

Em diversos setores da sociedade, medidas têm sido tomadas, mas especialmente por meio da concessão de benefícios financeiros pelo governo federal e crédito bancário é que muitos brasileiros têm conseguido sustentar suas famílias neste período. A demanda por crédito, por exemplo, cresceu 15,6% no mês de julho em relação a junho, sendo a terceira alta seguida na comparação com o mês anterior.

Em todo o Brasil houve aumento na recuperação da demanda por crédito, com destaque para a região Nordeste (22%), seguida por Sudeste (16,2%), Norte (15,9%), Centro-Oeste (11,7%) e Sul (9,6%). Todos esses dados são do Indicador de Demanda do Consumidor por Crédito, da Serasa Experian.

Segundo a instituição, a procura por crédito deverá se manter. De acordo com o economista da Serasa, Luiz Rabi, “esse aumento reflete a busca de crédito para recuperação de consumo, em razão da perda de renda. Outro motivo é a renegociação de dívidas, ou seja, o consumidor tem buscado crédito mais barato para quitar dívidas mais caras”. Vale destacar que o Feirão Limpa Nome 2020 já está ativo, e algumas empresas contam com ofertas de renegociação com até 99% de desconto.

Crescimento para consumidores, queda entre empresas

Em contrapartida, a busca das empresas por crédito registrou baixa de 3,3% em setembro ao ser comparada com o mesmo mês do ano passado. Este é o registro da terceira queda consecutiva, segundo outro indicador da Serasa Experian: o Indicador de Demanda das Empresas por Crédito.

Na análise interanual, a região Sudeste é quem demonstra maior retração, com queda de 7,3% nos pedidos de empréstimo, seguida pelos estados do Sul, que apresentou declínio de 1,2%. Na sequência, aparecem Centro-Oeste (1,0%), Norte (5,2%) e Nordeste (1,4%).

Vale ainda destacar que todos os portes de negócios registraram queda na procura por crédito, especialmente micro e pequenas empresas, com declínio de 3,4%. Em seguida estão as médias (-3,3%) e as grandes (-1,2%). Ao olhar por segmento, a indústria ganha destaque entre os setores com menos solicitações, seguida por serviços e comércio.

O economista Rabi destaca, como motivo, a insegurança do empresário no atual cenário político-econômico do país. “A sensação de incerteza sobre as reformas administrativas e tributárias costuma deixar os donos de negócios mais cautelosos, o que muitas das vezes pode levar ao adiamento da busca por crédito”, explica.

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