Semana do Consumidor: Como o baixo poder de compra do brasileiro dificulta a aquisição de produtos e afeta os varejistas?
Fonte: Alexandre Gaino, professor de economia da ESPM
No Dia do Consumidor, comemorado em 15 de março, varejistas de alimentos, vestuário e eletrônicos, aproveitam a data para anunciar seus produtos com ofertas e promoções. Porém, é importante entender como o baixo poder de compra no Brasil pode afetar esses varejistas e, até mesmo, os consumidores.
Um levantamento feito pela LCA Consultores mostrou que o poder de compra do brasileiro caiu 5% nos últimos 10 anos. Para comprar uma cesta básica, por exemplo, a fatia necessária de rendimentos subiu de 21% para 26,1% entre 2013 e 2023.
Alexandre Gaino, professor de economia da ESPM, analisa que, para as famílias de baixa renda, a elevação do preço da cesta básica pode comprometer seu poder de consumo. “Quando a renda é restrita, esse aumento de preço reduz o poder de compra dos bens menos essenciais, ou bens supérfluos, então gastos de lazer e entretenimento, por exemplo, sofrem impactos porque as pessoas vão substituir um bem pelo outro”, diz Gaino.
Para o consumidor de renda média para cima, que pode comprar os itens de uma cesta básica com uma certa tranquilidade, o aumento do preço impacta pouco na aquisição desses bens. “Continuamos comprando os itens essenciais mesmo com preços maiores”, afirma.
Em relação aos vendedores e varejistas, o professor de economia da ESPM afirma que, aqueles que vendem produtos de cesta básica, do varejo, e ligados aos bens básicos, irão sofrer pouca queda com esse aumento de preço, enquanto os vendedores de outros setores, como os de lazer e entretenimento, teriam impacto negativo.
O professor de economia da ESPM ainda dá algumas dicas para controlar os gastos compulsivos durante a Semana do Consumidor. São elas: realizar uma lista de compras e tentar se manter nela, comprando apenas os itens listados; manter um registro do seu orçamento mensal para não se descontrolar financeiramente; e sempre fazer uma pesquisa de preços de determinado produto, visto que eles variam de uma loja para outra.
O especialista está disponível para comentar sobre o assunto.
Alexandre Gaino é professor da área de Economia, nos cursos de Publicidade e Propaganda, Sistema de Informação e Administração da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-SP). Economista, graduado pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Economia Política pela PUC-SP. Atualmente, é doutorando em Teoria Econômica pela Universidade de Campinas (Unicamp).
Atua em diferentes esferas no setor público e em consultorias nas áreas de Desenvolvimento Regional e Política Industrial. Linha de pesquisa e interesse nas áreas de economia regional e urbana e de políticas públicas de ciência, tecnologia e inovação.
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