Como evitar o efeito 'Eike Batista' em sua empresa

Muitas companhias no Brasil, guardadas as devidas proporções, passam por situação semelhante à do grupo de Eike

Há exatos 18 meses Eike Batista ocupava o oitavo lugar na lista dos homens mais ricos do mundo. Com um patrimônio estimado em US$ 30 bilhões, o presidente do Grupo EBX virou sinônimo de arrojado sucesso empresarial. Hoje, porém, a realidade é completamente outra. Mergulhado em uma crise sem precedentes, Eike e suas empresas acumulam dívidas, o empresário vê sua fortuna desaparecer e o Brasil sente um clima de incerteza por parte de investidores externos.

Segundo o consultor de empresas Artur Lopes, da Artur Lopes & Associados, muitas companhias no Brasil, guardadas as devidas proporções, passam por situação semelhante à do grupo de Eike. De acordo com Lopes, esse tipo de crise exige um grande trabalho de reestruturação da empresa, o chamado turnaround. “Não há mágica nesse processo, mas é necessário adotar uma série de medidas para que a organização se recupere e volte a crescer”, comenta.

Para evitar que a empresa mergulhe em uma profunda crise organizacional, é fundamental que os administradores da companhia consigam avaliar os resultados e traçar estimativas de médio e longo prazo a fim de antever futuros percalços. “Uma empresa pode ser saudável, mas – por uma questão circunstancial – apresentar prejuízo e, mesmo sendo lucrativa, pode estar rumando para o colapso”, comenta Lopes, que também é especialista em turnaround.

Ainda segundo Lopes, o dono de uma empresa – seja ela de pequeno, médio ou grande porte – deve ficar atento aos principais fatores que costumam originar uma crise. São eles: queda nos resultados, investimentos sem retorno planejado, situações extraordinárias e disputas societárias. “Perceber a existência da dificuldade propicia a abertura de janelas de oportunidade, uma chance de interferir nos microfatores que irão determinar o futuro de uma empresa”, avalia o especialista.

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